Adolescente baleada por engano na Maré permanece estável e segue internada no RJ

O pai da adolescente Valentina Betti Simioni, de 14 anos, que foi baleada após o carro da família entrar por engano no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, relatou na manhã desta quinta-feira (19) os momentos de pânico vividos após se deparar com criminosos armados.

“Eles dispararam cerca de 6 ou 8 tiros. Olhei para ela e perguntei: ‘Pegou em você?’. Ela respondeu: ‘Não, papai, não pegou’. Então, continuei acelerando. Já estávamos a cerca de 400, 500 metros da saída da favela para a avenida. Quando conseguimos sair, ela me disse: ‘Papai, eu levei um tiro’. Fiquei desesperado e comecei a acelerar ainda mais,” contou Michel Simioni na porta do Hospital Getúlio Vargas, na Penha.

Segundo o pai, Valentina deixou o CTI na manhã de hoje e já está conversando e mexendo no celular. A jovem foi atingida por um tiro na região lombar e foi levada para o Hospital Getúlio Vargas.

“Era para ser um dia feliz. Saímos por volta das 9h da manhã e íamos para a praia. Não sei exatamente o motivo, mas o GPS recalculou a rota e nos enviou para dentro da comunidade. Às vezes, você se distrai e acaba entrando lá sem perceber,” explicou Michel.

Na volta, ao dirigir uma Mercedes, Michel errou o acesso da Avenida Brasil para a Linha Amarela e, seguindo o GPS, pegou a primeira à direita disponível — as avenidas Paris e Guilherme Maxwell, que levam ao Morro do Timbau.

Originais de Belo Horizonte, Minas Gerais, pai e filha estavam no Rio para ir ao Consulado Americano no Centro e emitir o visto. Antes de entrar na comunidade por engano, eles estavam a caminho da Barra da Tijuca, na Zona Oeste.

Michel relatou que, na esquina com a Rua da Gratidão, foram abordados por homens armados com fuzis em um HRV azul, que ordenaram que parassem. No entanto, ele acelerou e os criminosos dispararam.

Em nota, o Hospital Getúlio Vargas informou que a paciente está estável. "Sua recuperação está sendo acompanhada por uma equipe multidisciplinar, incluindo cirurgiões gerais, neurocirurgiões e intensivistas. A família da jovem também está recebendo apoio dos serviços de assistência social e psicologia do hospital," diz a nota.